blog do Reaprendendo

domingo, 30 de março de 2008

Fábula sobre o Padre, Deus, Satã e o Louco

Vindo com outros homens, recém chegados ao mundo de Deus, estava Satã. Deus o chamou para uma conversa, tinha um plano em mente:
“Vê Satã, estamos próximos ao fim de nosso jogo. Da antiga energia do homem hoje só resta a debilidade. Perdido estará o nosso reino com o homem aniquilado”.

“Deus, traze-me a palavra que carrego comigo. Seduzido pode ser o homem por meus prazeres, mas levo para a toca uma presa com gosto de merda. Como devolver o brilho a esse macaco”?

“Cortemos o vínculo que prende o homem a nós. Deixemos o rebanho engordar em outros pastos. Quando pleno de saúde, voltará a nos procurar, pois essa é a sua natureza de malogro”.

Então Deus e Satã devolveram ao homem a liberdade. A maior das algemas, o Capital, fora destruída a golpes divinos e infernais. O homem retornou a ser bárbaro e pagão, dando fim à civilização. Em declínio entrou o mundo de Deus e Satã, e uma nova reunião fora conclamada:“Observa Satã, o homem voltou a dançar com os animais. Chamemos o nosso maior representante, o Padre, antes que nos leve à morte o esquecimento do homem”.

“Que semeei culpa e ganância, novos impérios e igrejas sejam construídos. Tenho sede de crianças, virgens e guerreiros”.
Ao ritual pagão fora enviado o Padre. Em meio à orgia, o Padre caminhava, se benzendo a cada gozo de homem e mulher. Subiu a um platô próximo e chamou a atenção dos homens para si, pois tinha o Padre o dom da oratória:
“Escuta homens. Triste conosco está o Criador. Existimos da sua carne, mas nos banhamos no mar do pecado. Sofre nosso Deus com o vazio desta vida. Devemos nos amar, e à sua semelhança, pelo mundo devemos construir”.

O Padre tratou de mostrar ao homem como proceder, e lembrou os seus atos levianos. De vergonha choravam as mulheres, e os homens discutiam como agir. O Padre regia como maestro os novos planos da humanidade.

Mas um homem desta tribo não entendia as palavras do Padre. Seu nome era Louco, e era conhecido por seu afeto pela espada. Do desentendimento sobreveio a ira, e certa noite, enquanto para centenas discursava o Padre, o Louco veio por suas costas, e desferiu-lhe um potente golpe no pescoço, fazendo rolar a cabeça do Padre pelo ar.

Daquele ato monstruoso a multidão despertou do transe. Desconfiaram de que um jogo fazia o Padre, pois não se fazia a troco de nada um pedido de mudança. Colocaram numa empala a cabeça do Padre, e nas festas costumavam lhe atirar pedras e sacos de fezes. Com o homem distante, Deus e Satã definharam de fome.

E sem o Padre, Deus e Satã, a fábula não poderia ter final ruim. Aníbal Lemos – 11/11/07.

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De Um Para Outro Como Cuspe Sem Secar

Em época de desapego forte e choros insolúveis
O homem sobrepõe a pelanca afiada repleta de furos
E ergue uma face esguia, plena, muito próxima do comum.

Com medo do outro que o explora
Do mouro que o amola
Do ouro
E de si

Todas as facetas de uma vida repleta de cupins
São aniquiladas por um só rosto
E muito verniz

Assim ninguém conhecerá ao certo as águas que passam por entre suas correntes
Ao ponto dele próprio confundir-se com a fictícia imagem que sugou as últimas cargas de lenha
Transformando-se noutro, definitivamente.

Diego Garcez
09/04/2007

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MENTALIZAÇÃO / MEDITAÇÃO (Inspiração Budista)

“Que eu possa estar em paz, feliz e leve de corpo e espírito”.
“Que eu possa viver em segurança e livre de males”.
“Que eu possa esta livre de raiva, aflições, medo e ansiedade”.
“Que eu possa aprender a me olhar com olhos de compreensão e amor”.
“Que eu possa reconhecer e tocar as sementes de alegria e felicidade que existem em mim”.
“Que eu possa aprender a identificar e combater as fontes de raiva, cobiça, inveja e ilusão que existem em mim”.
“Que eu possa ser sereno, firme e livre de apegos”.

*Frases compiladas do livro Ensinamentos Sobre o Amor de Thich Nhat Hanh.

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COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA - Expressão ativa da Cultura da PAZ

Márcia Gama
Mediadora de Conflitos, Facilitadora de Aprendizagem

Segundo a perspectiva de importantes cientistas, referendada por inúmeros estudos solidamente embasados, “viver é relacionar-se”, ou seja, vida é algo que só se expressa em relacionamentos. E para que relacionamentos sejam estabelecidos e mantidos há que haver comunicação.
Logo, a qualidade dos nossos relacionamentos, ou seja, de nossa vida, é determinada pelas nossas habilidades de comunicação. Tanto melhor nos comunicamos, tanto melhor vivemos.
Quando nos decidimos por viver uma vida cooperativa, engrandecedora e pacífica, temos que focalizar primeiramente no desenvolvimento de nossas habilidades de comunicar isto ao mundo, aos nossos semelhantes.
Infelizmente, vivendo numa cultura embasada em crenças equivocadas, que qualificam de sucesso a necessária vitória sobre outrem, somos educados para desenvolvermos uma linguagem de confronto, de ameaça, de supremacia, para nos comunicarmos entre nós. Nas diversas formas de linguagem que desenvolvemos, verbais e não verbais, privilegiamos a força do palavreado mais rico ou do grito mais alto, do movimento mais enérgico ou mesmo do sorriso mais desbragado e ao invés de trocarmos atenção uns com os outros buscamos em todos os tons superarmos uns aos outros. Todos nós vivemos as conseqüências desta escolha. Todos nós nos sentimos afetados por nos vermos ‘obrigados’ a viver assim, já que é desse jeito que ‘todo mundo vive’. E é um alívio descobrir que isso também pode ser mudado em nossas vidas. Afinal, se fomos nós que criamos este modelo, podemos criar outros e outros, quantos mais sejam necessários para chegarmos àquele que nos libertará desse sentimento ruim de insatisfação com nossas vidas.
A COMUNICAÇÃO CONSTRUTIVA é uma ferramenta para o desenvolvimento de habilidades pessoais de comunicação favoráveis ao estabelecimento de uma Cultura de Paz entre os homens e eficiente instrumento de trabalho para os que lidam com situações de conflito.
Segundo Marshall Rosenberg - PhD , criador do modelo de Comunicação Não Violenta, modelo que fundamenta a proposta da Comunicação Construtiva, “A Comunicação Compassiva ou Não Violenta é um jeito de falar que facilita o fluxo de comunicação necessário à troca de informação e resolução pacífica de diferenças. Ajuda-nos a identificar os valores e necessidades que compartilhamos com nossos semelhantes, encoraja-nos a usar uma linguagem que aumenta a boa vontade e a evitar a linguagem que contribui para a o ressentimento e a diminuição da auto-estima.

A Comunicação Compassiva ou Não Violenta focaliza nossa atenção na compaixão como nossa motivação, ao invés do medo, culpa, reclamação ou vergonha. Ela enfatiza a assunção de responsabilidade por nossas escolhas e a melhoria da qualidade dos nossos relacionamentos como nossas metas. Ela é efetiva mesmo quando a outra pessoa ou grupo não está familiarizado com este processo.”

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sexta-feira, 28 de março de 2008

Aspectos Teóricos e Metodológicos do Grupo Operativo Estratégico

O modelo metodológico básico do Grupo Operativo Estratégico é construtivista-fenomênico-operativo – a geração do conhecimento e os processos de aprendizagem e intervenção são construídos e reconstruídos a partir das percepções dos fenômenos em tempo real, acionados pelos construtos e pelas ações efetivas de todos os envolvidos.
Os campos da investigação, criação e intervenção são focalizados na esfera da subjetividade (afetos e significados) representados nos sentimentos, valores e crenças e na esfera da funcionalidade (capacidade operacional e conceitos) sistematizados nos pressupostos, intenções, metas e estratégias de ação.
Os processos de aprendizagem e mudança acontecem de forma tácita e explícita, proporcionados pelas experiências da comunicação construtiva durante as vivências e pela sistematização do pensamento no decurso das realizações das tarefas.
A estrutura do modelo construtivista-fenomênico-operativo está alicerçada nos eixos da percepção dos fenômenos, na reflexão crítica dos processos, na apreciação dos aspectos positivos, na conexão sistêmica entre os eventos e na descoberta de novos caminhos operativos.
Os participantes são estimulados a identificar e construir significados, refletir sobre a sua natureza, estabelecer conexões, formar conceitos e testar a legitimidade, a consistência e as conseqüências de suas manifestações.
A subjetividade e a funcionalidade se constituem nos vínculos e na realização das tarefas. Significados, conceitos e atuação estão constantemente em processo de influenciação. O processo é visto como um sistema em formação, incompleto, produzido progressivamente, com presença de incertezas, paradoxos e ambivalências.
O Grupo Operativo Estratégico nasce, cresce e se desenvolve em função das atividades operacionais, mas a sua qualidade e permanência dependem da natureza dos vínculos e do conjunto de atitudes, conhecimentos e habilidades dos seus componentes.
* Zeca Lemos - psicólogo clínico; psicoterapeuta; facilitador de aprendizagem de Grupo Operativo Estratégico; moderador de Planejamento Operativo Estratégico.

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